segunda-feira, 27 de junho de 2016

Oui, c'est moi.

Uma estranha mistura que veio de Lisboa para Paris. Aprendeu a falar francês e aprendeu a conhecer-se. Adquiriu o hábito de dividir o mundo em dois: os que vivem para a sociedade e os que vivem da sociedade. O seu homem gosta de mulheres bonitas que enverguem vestidos bonitos. Ela detesta vestidos. Apertam-na nas costuras. Fazem dela uma mulher que não sabe andar. Na noite deste sábado, para lhe agradar, para lhe agradecer todo o bem-estar que lhe garante, meteu-se num vestido preto, em malha, apertado, que lhe marcava os seios, a cintura, o comprimento das pernas, tudo aquilo que ela gosta de esconder, todos os sinais que fazem de si mulher. Demarcou o contorno dos olhos, pôs baton vermelho nos lábios, soltou os cabelos.

Ele entra no quarto e exclama:
__ Minha puta! Que bonita que estás.

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